Se alguma vantagem podemos encontrar na dor psíquica, é a de que ela nos desinstala, colocando-nos num estado de procura.
Em condições favoráveis esta procura pode tornar-se crescimento. Isto acontece quando se decide e é possível enfrentar essa dor que não queremos, em vez de a evitar, fugir ou adiar.
A tarefa é dificultada, porque passamos grande parte das nossas vidas a construir defesas que nos protegem mas também nos afastam, de aspectos em nós que dificilmente gostamos/toleramos e estamos convictos que os outros também não.
Como alguém dizia, algumas destas defesas podem facilmente transformar-se em muralhas que nos cercam, não deixando os outros entrar, nem nos deixando a nós, sair.
A psicoterapia é uma relação onde a procura da verdade “por detrás das muralhas” é vivida de um modo novo, seguro e privilegiado, para libertar a pessoa de um sofrimento cujas causas/significados eram antes desconhecidos.
Esta liberdade surge com o aumento do conhecimento e da capacidade para pensar sobre si próprio, descobrindo-se com ela um eu mais espontâneo, criativo e verdadeiro, que estava em nós, como a futura árvore nas sementes, apenas em estado potencial.
É neste caminho percorrido em direcção à verdade do que realmente se é e pode vir a ser, que a psicoterapia é cura, na “pró-cura”, a dois.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Mensagens (Atom)